quarta-feira, 28 de maio de 2014

Eu nao sei retribuir amor porque sempre espero o pior ao qual estou mais acostumada e sei como lidar.


Sangue por sangue.

E visivel o ceu de cabeca pra baixo enquanto se admira a queda.
Os bracos esticados la embaixo como colchao de ar do corpo de bombeiros, amigos apenas, nada de sanguineos.
E a queda, em camera lenta as pernas correndo, todos aqueles para-medicos.
Pra infermaria eles gritam, chamem os especilistas e nao importa o quanto va custar.
Maos desconhecidas me seguram e eu estava finalmente acolhida.
Luz forte, sangue vermelho e cabelos caindo, choro de alegria e rio pela desvantagem, de estar finalmente acolhida. Pagaria por isso com a vida se fosse necessario me honrar, mas e tudo de graca, tudo por mim e pra mim sem recusa.
So amigos nao ha nenhum sanguineo.
Tratamentos caros, remedios duvidosos e acompanhantes generosos  que me dao vida.
O carro corre por toda a madrugada contando as horas pra chegar bem mais perto, procurando um lugar em mim pra descansar o motor. Eu tinha duvidas que fosse tao divino e grotesco mas me deu a mao pra eu nao cair e estendeu os bracos pra me segurar.
Chamam os medicos, fazem as honras, arcam com as consequencias e se lebram de me medicar.
Conhecidos nao sao, mas sao amigos e nao sanguineos.
O percurso e longo, a sangria e constante e ainda por esses dias nao poderei lamentar a agonia prolongada se eu tenho que voltar, pra compensar aqueles que me carregam e ainda vao carregar.
Sanguineos nao tem e nem eu do que reclamar.